Atualizamos a forma como os instrumentos funcionam na HumanTrack para que suas análises clínicas fiquem mais precisas, organizadas e alinhadas à sua prática.
Essas mudanças permitem dividir um único instrumento em múltiplas subescalas (ou domínios), acompanhar a evolução de cada uma separadamente e gerar interpretações mais específicas — tanto manualmente quanto via IA.
Essas melhorias afetam a forma como você cria instrumentos, interpreta os resultados e acompanha o progresso terapêutico ao longo do tempo.
💡 Nota:
Estamos aos poucos incluindo subescalas nos instrumentos da biblioteca. Instrumentos personalizados já podem ser configurados com subescalas manualmente.
Além disso, os resultados antigos serão reprocessados automaticamente para exibir as subescalas sempre que a estrutura estiver disponível. Ou seja: você poderá visualizar a divisão por domínios mesmo em aplicações realizadas antes da mudança.
O que são subescalas?
Subescalas são agrupamentos internos dentro de um instrumento que representam diferentes dimensões, domínios ou categorias de análise clínica. Em vez de gerar uma única pontuação global para todo o instrumento, as subescalas permitem que você observe o desempenho do paciente em partes específicas daquele conjunto de itens.
Isso é especialmente útil quando o instrumento avalia múltiplos aspectos de um transtorno, comportamento ou função. Por exemplo, um questionário sobre ansiedade pode conter perguntas que avaliam sintomas físicos, preocupações cognitivas e padrões de evitação — e cada uma dessas categorias pode ser representada por uma subescala separada.
Ao utilizar subescalas, o profissional ganha:
Maior granularidade nas análises
Compreensão mais precisa das nuances clínicas
Base mais refinada para tomada de decisão terapêutica
Na HumanTrack, as subescalas foram implementadas para tornar suas análises mais ricas, mas sem exigir nenhum esforço adicional na coleta de dados.
(vídeo) Como funcionam as subescalas na HumanTrack?
Na prática, isso pode ser visto da seguinte forma:
Diferença entre escala global e subescala/domínios
Em um instrumento tradicional, a escala global é uma pontuação única que representa o desempenho geral do paciente naquele formulário. Ela é útil para uma visão ampla, mas pode ocultar variações importantes entre diferentes tipos de sintomas ou dimensões avaliadas.
Já a estrutura de subescalas (ou domínios) permite dividir o instrumento em partes específicas. Cada subescala agrupa um conjunto de itens relacionados a um mesmo aspecto, como “humor deprimido”, “sono e apetite” ou “iniciativa social”, por exemplo. Assim, em vez de uma única pontuação, você passa a ter múltiplas: uma por subescala, além da pontuação geral.
Essas divisões revelam padrões mais sutis e ajudam a identificar áreas que podem estar em maior ou menor grau de comprometimento — mesmo que a pontuação total pareça estável.
Como era e como ficou
Antes :
Tanto nos instrumentos da biblioteca quanto na criação de instrumentos personalizados, era possível apenas definir estruturalmente os pontos de corte gerais. Isso significa que a pontuação do instrumento sempre era calculada como uma somatória total das respostas do paciente, sem divisões internas formais.
Agora (com a nova estrutura):
As subescalas passaram a fazer parte da estrutura nativa e calculável do instrumento. Agora, o sistema calcula automaticamente a pontuação de cada subescala de forma separada e exata, o que elimina a necessidade de interpretações indiretas por parte da IA.
Vantagens da mudança
Acompanhamento refinado: o gráfico longitudinal agora permite visualizar o progresso em cada subescala individualmente — mesmo quando a pontuação global parece estável. (Exploraremos esse ponto mais à frente no artigo.)
Personalização total: ao criar instrumentos personalizados, cada profissional pode estruturar subescalas conforme seus critérios clínicos ou protocolos próprios, sem depender apenas de modelos padronizados.
Precisão algorítmica: antes, havia margem para que a IA cometesse erros ao interpretar os agrupamentos; agora, com subescalas estruturais, o sistema faz cálculos diretos e sem margem de ambiguidade.
Criando um instrumento personalizado com subescala
Método de cálculo da subescala
Ao criar uma subescala (ou domínio) dentro de um instrumento, você pode definir como a pontuação dessa subescala será calculada com base nas respostas do paciente. Isso é feito através do campo “Método de Cálculo”, localizado na parte superior direita da configuração da subescala.
Atualmente, estão disponíveis três opções:
1. Soma
A pontuação da subescala é calculada pela soma bruta das respostas dos itens que a compõem.
Esse método é frequentemente utilizado em escalas do tipo Likert com pesos uniformes, e está presente em grande parte dos instrumentos clássicos da psicologia e psiquiatria. Exemplo: BDI, BAI, SDQ.
2. Média
Neste método, a pontuação final é obtida pela média aritmética simples das respostas dos itens.
Ele é adotado quando se deseja manter a escala de pontuação em uma faixa padronizada (por exemplo, 0 a 5), independentemente do número de itens na subescala. Isso facilita comparações entre domínios de tamanhos diferentes e respeita a estrutura original de alguns instrumentos adaptados ou validados dessa forma.
3. Soma multiplicada por 2
Essa opção reflete um modelo específico de ponderação padronizada, utilizado em alguns instrumentos adaptados, onde a pontuação bruta da subescala é multiplicada por um fator constante.
Por exemplo, no DASS-21, as subescalas são compostas por 7 itens cada, mas foram derivadas de uma versão de 42 itens. Por isso, a soma de cada subescala é multiplicada por 2 para manter a comparabilidade com os escores originais.
Adicionando ponto de corte
Depois de definir o nome da subescala e o método de cálculo, o próximo passo é configurar os pontos de corte, que são faixas de pontuação usadas para interpretar os resultados obtidos na subescala.
Cada ponto de corte representa um intervalo numérico que pode ser rotulado com uma descrição clínica ou funcional (ex: “leve”, “moderado”, “grave”, ou qualquer nomenclatura que faça sentido dentro do seu protocolo).
Na tela de criação da subescala, você pode:
Atribuir uma cor visual a cada faixa (o que facilita a leitura nos gráficos e nos relatórios)
Definir um título ou rótulo descritivo para cada faixa
Especificar o início e o final do intervalo de pontuação correspondente
Por exemplo, você pode configurar uma subescala com os seguintes cortes:
0 a 5: “Baixo comprometimento”
6 a 10: “Moderado”
11 a 15: “Alto comprometimento”
O print mostra três pontos de corte configurados com diferentes cores, rótulos e faixas numéricas. Essa tela aparece ao clicar em “Adicionar Pontos de Corte” dentro da configuração de uma subescala.
Os pontos de corte são opcionais, mas altamente recomendados — eles enriquecem a interpretação clínica dos dados e são usados tanto nos relatórios da plataforma quanto nas análises visuais (gráficos).
Definindo o domínio da questão (associando a uma subescala)
Após configurar as subescalas e seus pontos de corte, o próximo passo é associar cada pergunta do seu instrumento a uma dessas subescalas. Essa associação define a qual domínio clínico aquela questão pertence — e, portanto, em qual subescala ela será contabilizada.
Na tela de criação ou edição de uma pergunta, você verá um seletor no canto superior direito com o texto “Selecione uma subescala”. É ali que você vincula a pergunta a um dos domínios previamente criados.
Tipos de questão compatíveis com subescalas
Nem todas as questões podem ser vinculadas a subescalas.
Veja a regra:
✅ Múltipla escolha
É o tipo mais comum e compatível. Cada alternativa recebe uma pontuação numérica, e a resposta escolhida pelo paciente será somada (ou utilizada na média, conforme o método de cálculo da subescala).✅ Linear (escala Likert)
Também compatível. O paciente escolhe uma posição em uma escala (ex: 0 a 10), e esse valor é diretamente utilizado no cálculo da subescala correspondente.✅ Discursiva (texto livre)
Como não há valor numérico atribuído à resposta, esse tipo de item não entra nos cálculos estatísticos de pontuação.
Essa estrutura garante que apenas os itens mensuráveis influenciem os resultados das subescalas, mantendo a integridade estatística da análise.
Evolução Temporal (gráfico)
Uma das principais vantagens da nova estrutura de subescalas é a possibilidade de acompanhar a evolução dos domínios de forma separada ao longo do tempo, através dos gráficos da HumanTrack.
Para visualizar esse gráfico, siga o caminho:
Pacientes → selecione um paciente → escolha o formulário desejado na lista de aplicações
Na parte superior da tela, você verá o Gráfico de Evolução do Paciente, que mostra a pontuação ao longo das diferentes datas de aplicação daquele instrumento.
Filtro por subescala
Com a nova estrutura, é possível aplicar um filtro para visualizar a evolução de uma subescala específica — como “Depressão”, “Estresse” ou “Ansiedade”, no exemplo do print.
O gráfico mostra a curva de evolução da subescala "Depressão", com seus pontos de aplicação ao longo do tempo, além das faixas coloridas que indicam os diferentes pontos de corte (“Normal”, “Leve”, “Moderado”, “Severo” e “Muito Severo”).
Esse gráfico oferece:
Uma leitura clara da tendência de melhora ou piora em cada domínio específico
Destaques visuais para pontuações mínimas e máximas
A possibilidade de alternar entre subescalas com apenas um clique
Esse tipo de visualização é particularmente útil para intervenções mais direcionadas: mesmo que a pontuação total de um instrumento se mantenha estável, uma subescala pode mostrar melhora significativa (ou piora), oferecendo pistas clínicas valiosas para o acompanhamento terapêutico.
Análise de IA e Subescalas
Com a nova estrutura de subescalas na HumanTrack, a inteligência artificial passou a gerar interpretações clínicas muito mais detalhadas — baseadas em dados estruturais e não apenas em inferência textual.
Agora, quando você acessa o resultado de um instrumento que possui subescalas configuradas, a IA organiza automaticamente a análise clínica em dois níveis:
Resumo por subescala
Para cada domínio, a IA:Lista quais perguntas compõem a subescala
Indica a pontuação alcançada
Informa o nível correspondente (com base nos pontos de corte definidos)
Traz uma interpretação clínica breve, com base nos sintomas mais comuns associados àquela pontuação
Síntese clínica global
Abaixo da análise por subescala, a IA apresenta um texto corrido unificado, integrando os resultados de todos os domínios avaliados. Essa síntese já traz:Sugestões de manejo clínico
Recomendações específicas conforme o perfil do paciente
Intervenções sugeridas com base na literatura psicológica e psiquiátrica
Esse modelo oferece ao profissional:
Clareza objetiva sobre quais áreas requerem mais atenção
Apoio clínico imediato para decisões terapêuticas
Economia de tempo, com análise técnica gerada em segundos, já pronta para ser usada ou adaptada em um relatório
Dúvidas frequentes
É obrigatório criar subescalas para um instrumento funcionar?
É obrigatório criar subescalas para um instrumento funcionar?
Não. As subescalas são opcionais. Caso você não defina nenhuma, o instrumento continuará funcionando normalmente com uma pontuação global, como antes.
Quantas subescalas posso criar em um único instrumento?
Quantas subescalas posso criar em um único instrumento?
Você pode criar quantas subescalas desejar, desde que cada uma tenha pelo menos um item vinculado. Não há limite técnico, mas é importante manter uma estrutura coerente com o objetivo clínico.
Posso usar subescalas em instrumentos que eu mesmo criei?
Posso usar subescalas em instrumentos que eu mesmo criei?
Sim! A funcionalidade está disponível tanto para instrumentos da biblioteca quanto para instrumentos personalizados. Você pode estruturar subescalas com nomes, métodos de cálculo e pontos de corte próprios.
Posso mudar ou excluir subescalas depois de criadas?
Posso mudar ou excluir subescalas depois de criadas?
Sim. Durante a edição do instrumento, você pode alterar os nomes das subescalas, ajustar os pontos de corte, trocar o método de cálculo e redefinir quais perguntas pertencem a cada domínio.
A pontuação total do instrumento muda quando adiciono subescalas?
A pontuação total do instrumento muda quando adiciono subescalas?
Não. A pontuação total continua sendo exibida como antes. As subescalas funcionam como análises complementares, oferecendo uma visão mais detalhada sem alterar a estrutura principal do instrumento.
A IA considera as subescalas na interpretação?
A IA considera as subescalas na interpretação?
Sim! Quando as subescalas são estruturadas corretamente, a IA da HumanTrack utiliza essa divisão para gerar análises mais precisas, com resumos específicos por domínio e orientações mais direcionadas.